6a.Regis Fest 2005  7a.Regis Fest 2006   8a.Regis Fest 2007  9a.Regis Fest 2008   10a.Regis Fest 2009  11a. Regis Fest 2010    12a.Regis Fest 2011

 

 

O significado e origem do sobrenome REGIS é bastante controverso. Segundo alguns estudiosos é de origem Teutônica, Germânica e significa AQUELE QUE ACONSELHA O REI. Os REGIS da nossa família podem ter vindo da Alemanha, de Portugal, da Itália, da França, enfim ... Necessário seria fazer um estudo aprofundado, para conhecer melhor as origens dos REGIS aqui da nossa região ou estado, e saber exatamente quem eram nossos antepassados, de onde vieram, por que e quando, etc. Fica aqui o desafio.

 

 

 ACIMA O LOCAL DA REALIZAÇÃO DA 11a. REGIS FEST - Salão Paroquial da Igreja da Murta

 

Todas as edições da REGIS FEST, ao longo destes 11 anos que estamos nos reunindo, foram muito boas e dignas de muitos elogios. As famílias encarregadas da organização fazem sempre o máximo que podem e se esmeram sobremaneira com o intuito de agradar a todos e propiciar o melhor. Nesta 11a. edição a proposta foi INOVAR sem fugir das nossas melhores tradições, deixamos de lado as origens, pra ser simplesmente BRASILEIROS. Três coisas melhor representam o Brasil para o mundo inteiro: A tradicional *FEIJOADA BRASILEIRA, a CAIPIRINHA e o FUTEBOL. Infelizmente no Campeonato Mundial que terminou a uma semana atrás não fomos campeões, mas a festa, sem nenhuma modéstia ... Mais de 300 pessoas compareceram ao âgape, quem não foi, por aqui vendo as fotos vai saber o que perdeu, mas terá uma nova oportunidade no ano que vem, 2.011. A 12a REGIS FEST será realizada em 17 de julho de 2011, em ITAPOÁ - SC, no MARESIA MÚSICA BAR, acesse a página www.posto7.com.br/regisfest para saber melhores detalhes da próxima festa.

 

 

CARDÁPIO - Convite R$ 11,00 por pessoa

  Entradas: Mandioquinha frita com bacon, caldinho de feijão.

  Prato Principal: Feijoada Brasileira completa à moda do Chef Caco Potter.
 
  Prato Opcional: Galinha caipira à moda do Zé Papinha.

  Café da tarde:
Café colonial à moda da família, a cargo da Dona Di , Eliana e Diomira.

  MÚSICA : A cargo do prestigiado músico e animador BRANCO - 47-8412-0768

No final da página, veja os custos da festa.

GALERIA DE FOTOS DA FESTA

 

 

Na foto acima Paulão Cardoso, Claudinho com a noiva e o grande Nino. O Chef Caco Poter com a mãe Bira. Aliás, justiça seja feita, Caco foi um dos baluartes da festa juntamente com a nossa não menos empenhada Diomira. Na cozinha ele literalmente "LEVANTOU POEIRA" na execução da feijoada.

 

 

*FEIJOADA BRASILEIRA Curiosidades sobre a feijoada: Ao contrário do que muitos afirmam, a receita da feijoada não é uma invenção dos escravos, mas uma derivação de pratos europeus como o cassoulet, o cozido madrileno e a caldeirada portuguesa.Por desinformação histórica e sem fundamento na tradição culinária brasileira, muitos acreditam que a feijoada nasceu na senzala, entre o período da Colônia e do Império. Seria um prato criado pelos escravos com os “restos” do porco. Nada mais errado.Quando os portugueses colonizaram o Brasil, trouxeram receitas que formaram a base da cozinha nacional. Algumas tinham como matérias-primas justamente a orelha, focinho, rabo e língua de porco. Nos livros “Comidas Meu Santo”, de Guilherme Figueiredo e “História da Alimentação no Brasil” de Luís da Câmara Cascudo, temos a confirmação desta versão, das origens da Feijoada. veja abaixo, Breve história da feijoada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Recall the old days, who was king never loses its majesty.

 

 

 

 

 

 

 

        Adilson e seus ovinhos !!!                                                                                                                                                 Adilson e seus ovinhos !!!

 

 

 

 

 

 

 

 

Acima com a palavra o Sr. Francisco Xavier Soares e Dona Márcia Soares os próximos anfitriões da 12a. REGIS FEST que promete ... O evento em 2011 será no Maresia Música Bar, Av. Brasil, nr. 1000 em Itapoá SC. Acessem o site www.posto7.com.br/regisfest.htm para saber melhores detalhes. Para quem não conhece é a grande oportunidade de ver de perto as belezas do litoral norte em Itapoá. Contamos com a presença de todos no Maresia.

 

 

 

RPM  CONTATOS : Itajaí - SC - Fones (47) 3344-2469 - 9983-7264 - 9905-1190 - rpm@posto7.com.br

Acesso ao site de ITAJAÍ AZIMUT 40 FULL CARBRASMAR 32 VENDE CARBRASMAR 32 VENDE LOBSTER 35 Acesso ao site da RPM CONSULTORIA Acesso ao site da RPM CONSULTORIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

        Adilson e seus ovinhos !!!                                                                                                                                                 Adilson e seus ovinhos !!!

 

 

 

  Olhem as cenas ! Evandro e Mano preocupados com a situação do Fernandinho, nas REGIS FESTs conhecido como "MALa MAN " . Será que deu PT !!!

 

 

 

A PEDIDO:  O Jaime Regis, um dos membros da família, ele mesmo se intitula Poeta de Deus escreveu e publicamos, "ipsis-litteris" :                   Itajaí-18 de julho de 2.010. "Que assim seja depois de hoje" ...  Ao Nos encontrarmos nos desencontros / Sem quaisquer afrontos / Porque estamos reunidos e prontos ! Porque: Amados ou Desamados / Ricos ou Pobres / Somos nobres e Amados / Sempre Amando a Vida! Como "boas sementes do Bem" ; Que além vai também / Com altruísmo semeando /  Entre os espinhos / Flores, (sempre-vivas) ... Pára colhermos Bondade ! ... Somos plantas de AMOR / Não descartáveis / E pelo espelho do bem: / Recicláveis ... / Porque Além dos tempos / Sempre seremos / Uns pára com os outros AMÁVEIS !!! E na Eternidade / Definitivamente nos Re-en-con-tra-re-mos !!! AMÉM E QUE SE AMEM !!!

Acróstico aos Regis

Reinaremos na Terra, no Trono da PAZ !
E
sperançosos e com AMOR !
G
igantemente por tudo o mais ...
I
nteiramente vencendo o desamor;
S
eremos sim ! Reencontros e Bem além de TUDO :  Pleno-sublime - Divino AMOR !!!

 

                                                       AS CONTAS DA FESTA 

Quantidade de participantes previsto.................... 400          
Descrição  Quant Unid Preço  Total  Custo/pas Gramas/pas
Locação do local do evento 1,5 salário mínimo R$ 825,00  1 vb      350,00      350,00         0,88  
Taxa de limpeza 2 Pessoas 2 vb        50,00      100,00         0,25  
Músico e equipamentos de som  1 vb      350,00      350,00         0,88  
Sub Total            800,00         2,00  
Equipamentos Locação             
Prato hotel - prato raso e fundo  0.40 400 Unid          0,50      200,00         0,50  
Rechaut de inox para arroz 2,00 Unid        22,50        45,00         0,11  
Colher para o buffet 15 Unid          1,00        15,00         0,04  
Copos p/ cerveja - refrigerante e agua taça 0,35 400 Unid          0,10        40,00         0,10  
Rechaut de barro para feijoada 7 Unid        10,00        70,00         0,18  
Gás de cozinha  1 Unid      100,00      100,00         0,25  
Sub Total            470,00         1,18  
Descrição  Quant Unid Preço  Total  Custo/pas Gramas/pas
Mão de obra - Cozinheira 3 vb        50,00      150,00         0,38  
Ajudante de cozinha serviços gerais 5 vb        50,00      250,00         0,63  
Garçons - Bar Man 1 vb        60,00        60,00         0,15  
Hostess - Recpção - Caixas 1 vb        50,00        50,00         0,13  
Sub Total            510,00         1,28  
           
Alimentação            
Galinha caipira para 100 pessoas     peças inteiras 11 kl          3,80        41,80           0,110
Galinha caipira COXA E SOBRE COXA 15 kl          5,00        75,00           0,150
Galinha caipira coração, moela, fígado e ovário 5 kl          8,40        42,00           0,050
Sub Total 31 KL        158,80         1,59         0,310
Descrição  Quant Unid Preço  Total  Custo/pas Gramas/pas
Feijoada para 300 pessoas                                   
CARNE SECA Charque 30 kl        13,00      390,00         1,30         0,100
Costelinha defumada e ou salgada 15 kl        14,00      210,00         0,70         0,050
Lombo defumado 10 kl        11,90      119,00         0,40         0,033
Bacon 20,93 kl          7,55      158,02         0,53         0,070
Pé de porco salgado 15 kl          3,86        57,90         0,19         0,050
Orelha de porco salgada 5 kl          4,60        23,00         0,08         0,017
Rabo de porco salgado 5 kl          6,70        33,50         0,11         0,017
Lingüiças Pura Defumada - Calabresa - Paio 15 kl          7,96      119,40         0,40         0,050
Sub Total Feijoada 115,93       1.110,82         3,70         0,386
Descrição  Quant Unid Preço  Total  Custo/pas Gramas/pas
TOTAL GERAL Galinha e Feijoada 146,93         0,367
Complementos - OUTRAS COMPRAS                        
Feijão 20 kl          2,10        42,00           0,067
Arroz 20,00 kl          2,50        50,00   0,050
Mandioca especial para fritar    4,00 cx        60,00      240,00    
Cebola 15,00 kl          2,00        30,00    
Alface  10 Unid          1,00        10,00    
Tomate  10,00 kl          2,00        20,00    
Laranja 1 Saco de 30 kl 30,00 kl          1,00        30,00    
Sal 1 kl          0,92          0,92    
Óleo  25 l          2,00        50,00    
Azeite Oliva 1 lata        12,00        12,00    
Pimenta 2 vidro          7,00        14,00    
Alho 1 vb        10,00        10,00    
Manteiga margarina 3 Unid          3,00          9,00    
Couve 100 Masso          0,75        75,00    
Banana 15,00 DZ          3,00        45,00    
Farinha de mandioca 5,00 kl          4,00        20,00    
Farinha de trigo 3,00 kl          2,00          6,00    
Farinha de rosca 5 kl          6,00        30,00    
Cheiro verde Cebola e salsinha 10 Masso          1,00        10,00    
Molho de tomate e massa de tomate 10 Unid          2,00        20,00    
Ervilha (congelada) 4 pcte          3,00        12,00    
Vinagre  1 Unid          1,50          1,50    
Ovos  3 dz          1,29          3,87    
Detergente para limpeza 10 Unid          1,10        11,00    
Sub Total            752,29        1,88  
Descrição  Quant Unid Preço  Total  Custo/pas Gramas/pas
Café da tarde            
Pão de forma 4 Unid          3,50        14,00    
Açucar e material para doces  1 vb        64,68        64,68    
Café em pó  6 und          4,89        29,34    
Beijú 1 vb        45,00        45,00    
Cuca de banana e farofa 8 Unid        35,00      280,00    
Bolo 5 Unid        40,00      200,00    
Nata 1 kg          9,50          9,50    
Queijinho colonial  1 kg          9,50          9,50    
Leite 12 l          2,30        27,60    
Mussi de abacaxi  1 kg          9,49          9,49    
Nega maluca 2 Unid        48,00        96,00    
Doce de leite mumu 1 kg          9,50          9,50    
Descartáveis Pratinho, copinhos, garfinhos, guardanapo 1 vb      131,70      131,70    
Flores  1 vb        65,06        65,06    
Sub Total            991,37         2,48  
           
 Alimentação - Sub Total         4.799,38    
T O T A L   G E R A L          4.799,38    
QUANTIDADE TOTAL CONVIDADOS PRESENTES 300 pas  R$   16,00 CUSTO P/ pessoa
Convites franqueados, crianças e pessoal envolvido Qt  83 pas        
A R R E C A D A Ç Ã O             
Venda de convites            Quantidade de pessoas 217 pas  11,00   2.387,00    
Arrecadação venda de bebidas 1 vb        369,70    
Valor patrocinado Baviplast, Adilson, Fernando, Caco etc 1 vb     2.000,00    
T O T A L  A R R E C A D A Ç Ã O            4.756,70    
F I N A L              (42,68)    
           
           
BEBIDAS Valor da compra consignação 1 vb     1.445,30         3,61  
Venda de bebidas=15 caixas cerveja,16 cxs refri 290ml 1 vb     1.815,00         4,54  
BEBIDAS rentabilidade            369,70         0,92  

 

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                 Breve história da feijoada
A mistura de carnes e grãos que resultou no prato mais famoso do Brasil só ocorreu no século XIX e - ao contrário do que diz a lenda - bem longe das senzalas.Rodrigo Elias
"O paladar não é tão universal como a fome", disse Luís da Câmara Cascudo em 1968. O ilustre etnógrafo e folclorista referia-se a um prato brasileiro, talvez o mais tipicamente brasileiro: a feijoada. Para ele, era preciso uma predisposição especial para que se pudesse apreciar os sabores do prato, assim como para usufruir todas as nuances de certos vinhos. Em outras palavras, a culinária - e mesmo a "simples" apreciação desta - pressupõe a educação de um importante sentido, o paladar. Por isso, é bom conhecer um pouco da trajetória desta instituição nacional, que tem a vantagem de ser comestível.

Convencionou-se que a feijoada foi inventada nas senzalas. Os escravos, nos escassos intervalos do trabalho na lavoura, cozinhavam o feijão, que seria um alimento destinado unicamente a eles, e juntavam os restos de carne da casa-grande, partes do porco que não serviam ao paladar dos senhores.Após o final da escravidão, o prato inventado pelos negros conquistou todas as classes sociais, para chegar às mesas de caríssimos restaurantes no século XX.

Mas não foi bem assim.

A história da feijoada - se quisermos também apreciar seu sentido histórico - nos leva primeiro à história do feijão. O feijão-preto, aquele da feijoada tradicional, é de origem sul-americana. Os cronistas dos primeiros anos de colonização já mencionam a iguaria na dieta indígena, chamado por grupos Guarani ora comandá, ora comaná, ora cumaná, já identificando algumas variações e subespécies. O viajante Jean de Léry e o cronista Pero de Magalhães Gandavo, ainda no século XVI, descreveram o feijão, assim como o seu uso pelos nativos do Brasil. A segunda edição da famosa Historia Naturalis Brasiliae, do holandês Willen Piso, revista e aumentada pelo autor e publicada em 1658, tem um capítulo inteiro dedicado à nobre semente do feijoeiro.

O nome pelo qual o chamamos, porém, é português. Na época da chegada dos europeus à América, no início da Idade Moderna, outras variedades deste vegetal já eram conhecidas no Velho Mundo, aparecendo a palavra feijão escrita pela primeira vez, em Portugal, no século XIII.

Apenas a partir de meados do século XVI começou-se a introduzir outras variedades de feijão na colônia, algumas africanas, mas também o feijão consumido em Portugal, conhecido como feijão-fradinho. Os cronistas do período compararam as variedades nativas com as trazidas da Europa e África, e foram categóricos, acompanhando a opinião de Gabriel Soares de Souza, expressa em 1587: o feijão do Brasil, o preto, era o mais saboroso. Caiu no gosto dos portugueses.

As populações indígenas obviamente o apreciavam, mas tinham preferência pela mandioca, raiz que comiam e até transformavam em bebida, o cauim, e que caiu também nas graças dos europeus e africanos. A mandioca era o alimento principal dos paulistas, que misturavam sua farinha à carne cozida, fazendo uma paçoca que os sustentava nas suas intermináveis viagens de caça a índios. Mas também comiam feijão. Feijão-preto.

O feijoeiro, em todas as suas variedades, também facilitou a fixação das populações no território lusoamericano. Era uma cultura essencialmente doméstica, a cargo da mulher e das filhas, enquanto o homem se ocupava com as outras plantações e com o gado. A facilidade do manejo e seus custos relativamente baixos fizeram com que a cultura do feijão se alastrasse no século XVIII entre os colonos. Segundo Cascudo, tornou-se lugar-comum nas residências humildes do interior do país a existência do "roçadinho", no qual era atributo quase que exclusivo das mulheres o "apanhar" ou "arrancar" feijões. A dispersão populacional dos séculos XVIII e XIX, seja por conta dos currais do Nordeste, dos tesouros do Centro-Oeste ou das questões de fronteira no Sul, foi extremamente facilitada pelo prestigiado vegetal. Atrás dos colonos, foi o feijão. Ao lado da mandioca, ele fixava o homem no território e fazia, com a farinha, parte do binômio que "governava o cardápio do Brasil antigo".

No início do século XIX, absolutamente todos os viajantes que por aqui passaram e descreveram os hábitos dos brasileiros de então mencionaram a importância central do feijão como alimento nacional. O francês Saint-Hilaire sentenciava, nas Minas Gerais de 1817: "O feijão-preto forma prato indispensável na mesa do rico, e esse legume constitui quase que a única iguaria do pobre."Carl Seidler, militar alemão, narrando o Rio de Janeiro de 1826, descrevia a forma como era servido: "acompanhado de um pedaço de carne de rês (boi) seca ao sol e de toucinho à vontade", reproduzindo em seguida uma máxima que atravessaria aquele século e o seguinte: "não há refeição sem feijão, só o feijão mata a fome". Mas opinava: "o gosto é áspero, desagradável". Segundo ele, só depois de muito tempo o paladar europeu poderia acostumar-se ao prato. O americano Thomas Ewbank, em 1845, escreveu que "feijão com toucinho é o prato nacional do Brasil".

Porém, o retrato mais vivo do preparo comum do feijão - não é ainda a feijoada - foi feito pelo francês Jean-Baptiste Debret. Descrevendo o jantar da família de um humilde comerciante carioca nos tempos de d. João VI, afirmou que "se compõe apenas de um miserável pedaço de carne-seca, de três a quatro polegadas quadradas e somente meio dedo de espessura; cozinham-no a grande água com um punhado de feijões-pretos, cuja farinha cinzenta, muito substancial, tem a vantagem de não fermentar no estômago".

Porém, nem só de feijão viviam os homens. Os indígenas tinham uma dieta variada, e o feijão nem mesmo era o seu alimento preferido. Os escravos também comiam mandioca e frutas, apesar da base do feijão. Mas há o problema da combinação de alimentos, também levantado por Câmara Cascudo na sua belíssima História da alimentação no Brasil.Havia, na Época Moderna, entre os habitantes da colônia, tabus alimentares que não permitiam uma mistura completa do feijão e das carnes com os outros legumes. Como poderiam fazer nossa conhecida feijoada?

Na Europa, sobretudo na Europa de herança latina, mediterrânica, havia - e há - um prato tradicional que remonta pelo menos aos tempos do Império Romano. Consiste basicamente em uma mistura de vários tipos de carnes, legumes e verduras. Há variações de um lugar para o outro, porém é um prato bastante popular, tradicional. Em Portugal, o cozido; na Itália, a casoeula; na França, o cassoulet; na Espanha, a paella, esta feita à base de arroz. Esta tradição vem para o Brasil, sobretudo com os portugueses, surgindo com o tempo - na medida em que se acostumavam ao paladar, sobretudo os nascidos por aqui - a idéia de prepará-lo com o feijão-preto, inaceitável para os padrões europeus. Nasce, assim, a feijoada.

Segundo Câmara Cascudo, "o feijão com carne, água e sal, é apenas feijão. Feijão ralo, de pobre. Feijão todo-dia. Há distância entre feijoada e feijão. Aquela subentende o cortejo das carnes, legumes, hortaliças". Esta combinação só ocorre no século XIX, e bem longe das senzalas. O padre Miguel do Sacramento Lopes Gama, conhecido como "Padre Carapuceiro", publicou no jornal O Carapuceiro, de Pernambuco, em 3 de março de 1840, um artigo no qual condenava a "feijoada assassina", escandalizado pelo fato de que era muito apreciada por homens sedentários e senhoras delicadas da cidade.

Vale lembrar que as partes salgadas do porco, como orelha, pés, e rabo, nunca foram restos. Eram apreciados na Europa enquanto o alimento básico nas senzalas era uma mistura de feijão com farinha. Uma das referências mais antigas que se conhece à feijoada em restaurantes está no Diário de Pernambuco de 7 de agosto de 1833, no qual o Hotel Théâtre, do Recife, informa que às quintas-feiras seriam servidas "feijoada à brasileira". No Rio de Janeiro a menção a feijoada servida em restaurante aparece pela primeira vez no Jornal do Commercio de 5 de janeiro de 1849. Nas memórias escritas por
Isabel Burton, esposa do viajante, escritor e diplomata inglês Richard Burton, em 1893, remetendo-se ao período em que esteve no Brasil, entre 1865 e 1868, aparece um interessante relato sobre a iguaria. Falando sobre a vida no Brasil, ela diz que o alimento principal do povo do país - segundo ela equivalente à batata para os irlandeses - é um saboroso prato de "feijão" (ela usa a palavra em português) acompanhado de uma "farinha"muito grossa (também usa a expressão farinha), usualmente polvilhada sobre o prato. O julgamento da inglesa, após ter provado por três anos aquilo a que já se refere como "feijoada", e lamentando estar há mais de 20 sem sentir seu aroma, é bastante positivo: "É deliciosa, e eu me contentaria, e quase sempre me contentei, de jantá-la."

A Casa Imperial - e não escravos ou homens pobres - comprou em um açougue de Petrópolis, no dia 30 de abril de 1889, carne verde (fresca), carne de porco, lingüiça, lingüiça de sangue, rins, língua, coração, pulmões, tripas, entre outras carnes. D. Pedro II talvez não comesse algumas dessas carnes - sabe-se de sua preferência por uma boa canja de galinha -, mas talvez outros membros de sua família sim. O livro O cozinheiro imperial, de 1840, assinado por R.C.M., traz receitas para cabeça e pé de porco, além de outras carnes - com a indicação de que sejam servidas a "altas personalidades".

Hoje em dia não há apenas uma receita de feijoada. Pelo contrário, parece ser ainda um prato em construção, como afirmou nosso folclorista maior no final dos anos 1960. Há variações aqui e acolá, adaptações aos climas e produções locais. Para Câmara Cascudo, a feijoada não é um simples prato, mas sim um cardápio inteiro. No Rio Grande do Sul, como nos lembra o historiador Carlos Augusto Ditadi, ela é servida como prato de inverno.No Rio de Janeiro, vai à mesa de verão a verão, dos botecos mais baratos aos restaurantes mais sofisticados. O que vale mesmo é a ocasião. Uma comemoração, uma confraternização, ou até mesmo uma simples reunião de amigos. Um cronista brasileiro da segunda metade do século XIX, França Júnior, chegou a dizer mesmo que a feijoada não era o prato em si, mas o festim, a "patuscada", na qual comiam todo aquele feijão. Como na Feijoada completa de Chico Buarque:"Mulher / Você vai gostar / Tô levando uns amigos pra conversar." O sabor e a ocasião, portanto, é que garantem o sucesso da feijoada. Além, é claro, de uma certa dose de predisposição histórica para entendê-la e apreciá-la, como vêm fazendo os brasileiros ao longo dos séculos.


Rodrigo Elias é mestrando em História Moderna na Universidade Federal Fluminense. 

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